Roteirista e diretor Ryûsuke Hamaguchi apresenta três histórias de encontros e desencontros protagonizadas por mulheres
RODA DO DESTINO estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 6 de janeiro, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Recife e Aracaju.
Sinopse:
Três histórias, todas protagonizadas por personagens femininas, falam dos encontros e desencontros da vida, os caminhos percorridos, e o poder do acaso na transformação e nos relacionamentos humanos. Um triângulo amoroso inesperado, um plano de sedução e vingança, e um encontro a partir de um mal-entendido são os elementos que governam cada um dos curtas que compõem esse tríptico, centrado em personagens divididos entre a escolha e o arrependimento.
Ficha Técnica
Direção: Ryûsuke Hamaguchi
Roteiro: Ryûsuke Hamaguchi
Produção: Satoshi Takada
Elenco: Kotone Furukawa, Ayumu Nakajima, Hyunri, Kiyohiko Shibukawa, Katsuki Mori, Shouma Kai, Fusako Urabe, Aoba Kawai.
Direção de Fotografia: Yukiko Iioka
Desenho de Produção: Masato Nunobe, Hyeon-Seon Seo
Gênero: drama
País: Japão
Ano: 2021
Duração: 121 min.
O cinema do aclamado cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi é o da investigação das relações pessoais, especialmente as amorosas, e aquelas governadas pelo acaso. Ganhador do Grande Prêmio do Júri, no Festival de Berlim de 2021, RODA DO DESTINO é um tríptico (3 histórias) protagonizado por personagens femininas. O longa fez sua estreia brasileira na 45a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, chega aos cinemas brasileiros com distribuição da Pandora Filmes.
Com forte influência da literatura, Hamaguchi, que também assina o roteiro, apresenta três curtas que são interligados pelo tema e a forma.
O primeiro dele se chama “Mágica (ou Algo Menos Assegurador)”, e tem, ao centro, a modelo Meiko (Kotone Furukawa) que precisa aprender a lidar com seus sentimentos quando sua melhor amiga começa a namorar seu ex-namorado.
O segundo filme da coletânea é “Porta Bem Aberta”. Nele, uma jovem Nao (Katsuki Mori) é induzida, pelo seu colega e amante, o estudante Sasaki (Shouma Kai), a seduzir um professor (Kiyohiko Shibukawa) para o incriminar. O plano acaba transformando a vida dos três.
Por fim, o último segmento, “Outra Vez”, traz a história de duas mulheres, Natsuko (Fusako Urabe) e Nana (Aoba Kawai), que se conhecem por acaso numa estação de trem, e desse encontro percebem que uma pode ajudar à outra.
Em entrevista, Hamaguchi conta que RODA DO DESTINO é um trabalho feito de maneira completamente independente, e cuja produção foi transformada na pandemia. “Eu filmava sempre que dava, um pouco aqui, um pouco ali. Em 2019, rodei as duas primeiras histórias. Em 2020, comecei a rodar outro longa [Drive my car], que devia estar pronto muito antes do lançamento de RODA DO DESTINO. Mas com o lockdown, tivemos de parar por oito meses. Com esse atraso, acabei rodando a última parte deste filme.”
“Para mim, é muito importante explorar as possibilidades de trabalhar com uma equipe pequena, e foi o que fizemos. As relações criativas se tornam mais próximas, ricas e densas. O que aprendi com a Covid-19 é que trabalhar com um time enxuto não é necessariamente uma limitação – pode ter vantagens. Agora, quero continuar trabalhando nesse estilo. Uma equipe pequena e próxima, com muita compreensão e flexibilidade”.
O cineasta também explica que para ele, na construção de personagens e narrativa, a coisa mais importante é a introdução de elementos contraditórios. “Eu começo tentando criar uma estrutura básica irrealista, e então tento imaginar um diálogo bem realista. O desafio é tornar realista a situação irreal. Para mim, todos os personagens existem como pessoas, independente uns dos outros ou para servir a algum propósito. Enquanto escrevo, descubro como as relações e situações se desdobrarão. Escrever é um processo de descoberta.”
Em relação ao RODA DO DESTINO especificamente, Hamaguchi conta que tinha receio de estar escrevendo a mesma história três vezes. “O que há em comum com essas três protagonistas é que todas estão procurando por algo – e esse algo não pode ser facilmente descrito em palavras, nem nas conversas. Tentei explorar essa coisa intangível que todas elas procuram nas relações e interações com os outros personagens.”
Desde sua estreia em Berlim, em março de 2021, RODA DO DESTINO tem sido muito bem recebido pela crítica especializada.
Informações: Sinny Assessoria
Confira a minha crítica aqui:
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