Contrariando
a maioria das críticas negativas, a minha impressão sobre o filme Somos Tão Jovens (2013), do
diretor Antonio Carlos da Fontoura, é totalmente positiva.
O que de fato, tem desgostado crítica e público é o fato de o longa não atingir
ápice em certos momentos esperados, principalmente no âmbito da
vida pessoal de Renato Russo. Mas é isso o que realmente me encanta. Não é como
em 2 Filhos de Francisco
(2005), por exemplo, onde o que é realmente importante na narrativa é a vida
pessoal dos cantores, é uma biografia certinha, com toda a narrativa
cronológica da vida de Zezé e Luciano, o nascer, crescer e fazer muito
sucesso. Em Somos Tão Jovens,
o que importa é carreira de Renato e como aprofundou seu interesse por
música - em 1975, aos quinze anos, fora diagnosticado como portador
da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos
submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na
bacia. Ele sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama,
quase sem movimentos. Durante o período de tratamento dedicou-se quase que
integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais
variados estilos. - Alegou que este período fora determinante na formação de
sua musicalidade. O que move a história é a música na vida de Russo,
o que interessa é a poética da coisa. É a música que conduz tudo. A vida
pessoal fica apenas como coadjuvante da história, contribuindo para ilustrar
como foram pensadas cada composição do cantor. É emocionante ver como as letras
de canções tão famosas faziam tanto sentido no contexto e nas fases da vida do
astro. Aliás, esse é outro ponto a favor da obra, as músicas do Legião
Urbana que torna tudo ainda mais envolvente. É impressionante como eu
arrepiava a cada trilha.
Também
aborda fatos curiosos de sua vida pessoal, como o porquê de escolher seu nome
artístico como Renato Russo, visto
que seu nome de batismo era Renato Manfredini
Júnior e o período em que ficou conhecido como O Trovador Solitário.
A
obra audiovisual também, com certeza, não é cópia de Cazuza - O Tempo Não Pára (2004) - que inclusive também teve
sua vida pessoal em destaque em detrimento da música) -, como muitos afirmam, é
só que ambos tem algo em comum: uma vida de amor pela música, com dilemas,
descobertas, breve e eloquente.
E o que muitas pessoas também afirmaram não gostar foi o fato de terem a
impressão de que quando a história está começando a chegar no "ápice" no "clímax" o filme acaba. E não é bem isso, é só que o enfoque era a construção do Legião Urbana e, este estava começando a despontar (até onde a trama é relatada). Na minha concepção, o roteirista e o diretor foram muito felizes em escolher esse final, pois não destacou a fase terminal de Renato e sim a estrela que foi, em sua melhor fase, e como contribuiu para a música brasileira, com letras que nos fazem refletir e que faz muito mais sentido ainda nos dias atuais. Também adorei o fato de retratarem como ele era um cara culto, que se
preocupava com o mundo e as mazelas ao seu redor. E que juntou suas melhores
influências musicais para fundar (talvez) a melhor banda brasileira.
Outro grande trunfo do longa, com certeza, é a atuação de Thiago Mendonça, que com certeza é um ator como muitos gostariam de ser. Ele se entrega ao personagem de Renato Russo e interpreta com uma veracidade assustadora. Emociona e envolve a todos.
O fato de eu ser uma grande fã do Legião Urbana e, principalmente, do Renato Russo não influencia em nada o meu julgamento (juro, rs). E estou aguardando ansiosamente Faroeste
Caboclo. Tenho certeza de que será mais um sucesso nacional baseado na
obra desse inigualável músico. Renato Russo nunca sairá de moda!
Influenciou sim rsrsrs
ResponderExcluirJá falei que não, seu chato! Rún!
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